quarta-feira, maio 07, 2008

QUEM BATE PERDE - por Duda Mendonça

Repito isso já há muitos anos. Candidato deve falar de si. De suas idéias, dos seus projetos. É isso que o eleitor gosta e espera dele. E é assim queele ganha pontos. Candidato que gasta seu tempo na televisão e no rádio só acusando, criticado e metendo o pau nos outros é mal visto, mal aceito e dificilmente chega à vitória. Pra ficar claro, não estou dizendo que uma crítica, bem fundamentada, aqui e ali, não seja necessária. Não é isso. Estou falando em ataques constantes, baixaria, acusações pessoais e desrespeito. Quem faz isso perde mesmo: perde a razão, perde a eleição e ainda perde o respeito de seu eleitor.

sexta-feira, maio 02, 2008

MARKETING ELEITORAL

Nos posts anteriores publiquei algumas dicas de Marketing Eleitoral elaboradas por ninguém menos que Duda Mendonça, que na minha avaliação vale muito conhecer seus ensinamentos. Por mais controverso que seja na vida pessoal, seus envolvimentos em brigas de galo e no processo do mensalão, Duda sem dúvida nenhuma é o maior marqueteiro político do Brasil.


Vale a pena ler.

Argumento. Assim que se ganha uma eleição

Na minha opinião, à medida em que os formadores de opinião já não influenciam quase nada no voto do povão, o argumento passa a ter uma importância fundamental. Veja porque. Como já disse no post “Pirâmide invertida”, eleição se ganha na rua, no local de trabalho, no ônibus, no metrô, ou seja, no bate-papo de pessoas da mesma classe social.

E nessa conversa o eleitor com mais informações, com mais conhecimento e com mais e melhores argumentos sobre o seu candidato, é muito mais convincente que um eleitor de outro candidato menos informado e, naturalmente, com menos argumentos.

Você que gosta de gastar todo o seu tempo metendo o pau nos seus adversários e criticando todos os seviços públicos, falando coisas que todo mundo já sabe, use melhor seu tempo no rádio, na TV e mesmo nos seus discursos e nas suas entrevistas. Fale de você, dos seus projetos, das suas idéias.

Assim, você está, além de consolidando seu voto naquele eleitor que já gosta de você, transformando também seu eleitorado num verdadeiro exército de cabos eleitorais, municiados cada vez mais de informações para saírem prontamente em sua defesa em qualquer discussão.

Por Duda Mendonça - Publicitário e marqueteiro político. Trabalhou nas campanhas de Lula

Pirâmide Invertida

Durante muitos anos, os chamados formadores de opinião ao avalisar e dar o seu apoio formal a um determinado candidato, influenciavam, e muito, o voto do eleitor das classes média, média baixa e baixa, tendo, inclusive, muitas vezes, o poder de decidir uma eleição. Os tempos mudaram. Hoje, a pirâmide virou de cabeça pra baixo. É a base que comanda a festa. Ou seja, quem mais influencia o eleitor das classes C, D e E, onde estão o maior número de eleitores, é alguém mais próximo dele, é alguém do seu mesmo nível social. É o colega de trabalho, é a amiga de praia, é o vizinho, etc. Afinal, esse companheiro (ou companheira) tem problemas, sonhos e necessidades iguais às dele, merecendo a sua opinião, exatamente por isso, muito mais credibilidade do que a de outras pessoas de classes mais altas.

Por Duda Mendonça - Publicitário e marqueteiro político. Trabalhou nas campanhas de Lula

Promessa Vs Plano de Governo

Qual a diferença entre promessa, projeto e plano de governo? Absolutamente nenhuma ou muito pouca.

Veja: em toda campanha o candidato tem que dizer o que ele vai fazer pela sua cidade caso ele seja eleito. Correto? E não há como discutir. Isso é uma promessa. Acontece que, a depender do formato da promessa, ela pode ganhar o status de projeto e de plano de governo. E isso faz uma enorme diferença.

Enquanto o candidato A simplifica suas promessas, dizendo que vai resolver tudo e pronto, o candidato B dá as suas promessas um formato diferente - com mais detalhes, números, estatísticas, dificuldades a serem superadas, onde ele vai conseguir o dinheiro, o nome do projeto o número de pessoas que serão beneficiadas -, tudo de forma ponderada, madura, dando ao assunto a relevância que ele merece.

O resultado é que para o eleitor, o candidato A é um “promessinha”, que fala que vai resolver tudo e não diz como e que ninguém leva a sério. Já o candidato B não faz promessa. Ele tem projeto, ele tem plano de governo, o que ele diz merece credibilidade, ele demostra conteúdo, preparo e capacidade de realizar as suas promessas. E, aqui pra nós, o povão adora plano de governo.

Por Duda Mendonça - Publicitário e marqueteiro político. Trabalhou nas campanhas de Lula

Você está bem nas pesquisas? Muito cuidado!


Se você está bem nas pesquisas, cuidado, muito cuidado! Já vi muitos candidatos, muitos mesmo, que começaram suas campanhas lá em cima e acabaram na rabeira. É difícil, sem uma análise mais profunda e um maior conhecimento da campanha, afirmar qual o exato motivo. Mas, posso garantir, sem medo de errar que não existe um motivo, mas sim vários motivos. Dentre eles, com certeza, o sapato alto e o clima de já ganhou.


Esses são, na grande maioria dos casos, pré-requisitos para um desastre eleitoral deste tipo. E o pior, é que depois que essa doença pega e o candidato despenca, só um milagre resolve (e de um santo forte e com muito prestígio com Deus). Se você estiver na frente das pesquisa, amigo, ouça meu conselho: baixe a bola. A sua e a de toda a sua equipe. É hora, isso sim, de aproveitar toda essa animação para trabalhar dobrado e manter a liderança.


Sua estratégia nesse momento tem que ser, invariavelmente, fazer uma pesquisa qualitativa (não importa o tamanho de sua cidade, isso é possível), descobrir os motivos que levam seus eleitores a escolher você e insistir nesses pontos em todos os momentos possíveis. Se fortalecendo cada vez mais com esse seu exército de eleitores, que bem municiado de informações e conhecendo bem seus projetos, pode garantir sua vitória. E pra encerrar, uma frase que meu velho e sábio pai repetia em meu ouvido a cada pequena vitória que eu tinha na vida e depois subia no meu sapato alto: “Filho, nunca se esqueça, o vencedor tem que ser generoso”. Guarde esta frase, amigo candidato, um dia quem sabe ela pode lhe ajudar.


Por Duda Mendonça - Publicitário e marqueteiro político. Trabalhou nas campanhas de Lula