sexta-feira, julho 31, 2009

Caso Sarney

"Aos amigos, tudo! Aos inimigos, o rigor da lei, na sua mais severa interpretação".
Insprirados nesta máxima, os senadores da Repúlica trabalham diuturnamente. Sarney nada mais é, do que mais um a cair na desgraça congressista, pois com algumas de suas intervenções, deve ter mexido com os brios de muitos daqueles senhores e por consequência tornou-se o inimigo nº 1 dos pseudomoralistas tais como Artur Virgilho e Álvaro Dias.
Outra máxima popular pode sintetizar claramente a conjuntura no congresso brasileiro:
"Se gritar pega ladrão... não fica um meu irmão"

sexta-feira, julho 24, 2009

Maconha - Descriminalizar?




Hodiernamente, é comum assistirmos a diversos depoimentos sobre a descriminalização do consumo da Cannabis Sativa, é natural que essas expressões detenham cunho passional, muitas a favor e muitas contra essa possível descriminalização, o fato é que, este tema é deveras polêmico, causa impacto aos conservadores e indignação aos militantes mais progressistas.

Não podemos nos abster de emitir opinião sobre o tema comumente trazido a tona nesta nossa sociedade brasileira, mas antes de fazermos nosso juízo de valor, faz-se necessário elencarmos algumas reflexões.

A priori, pode-se felicitar o sistemático debate sobre este “problema” que todos sabem que existe, mas a sociedade finge não existir, pois este tema deve ser tratado de forma imparcial com uma abrangência sociológica comportamental, cultural, filosófica, jurídica, mas principalmente como uma questão de saúde e segurança pública. Assim sendo, tem-se uma interdisciplinaridade acerca da matéria e é louvável que a sociedade esteja suficientemente madura para debater profundamente este fato.

Todos os dias nos deparamos com situações impactantes sobre as drogas, sobre a criminalidade proveniente do tráfico de drogas, sobre as situações de conflitos familiares que detém dependentes de drogas, que criam situações inimagináveis para a manutenção do vício, enfim, infinitas são as situações de violência de diversas naturezas envolvendo a questão do consumo de drogas.

Porém é importante atentar que existem as drogas lícitas e as ilícitas. Da mesma forma que famílias são destruídas por causa de drogas ilícitas, vê-se o desmoronamento familiar causado por pessoas dependentes de álcool, que é uma droga lícita e tão alucinógena quanto outras drogas mais pesadas que a maconha e mais facilmente comprada do que muitas mercadorias necessárias à sobrevivência humana, fato este, facilmente constatado em qualquer localidade das cidades brasileiras, bastando apenas, fazer o levantamento da quantidade de farmácias versus o número de estabelecimentos comerciais de bebidas alcoólicas existentes no entorno.

Outra característica pouco considerada nestes embates sobre a descriminalização da maconha é a letalidade proporcionada pelas drogas, onde a maior parte das mortes ocorridas está eminentemente relacionada ao tráfico, ao controle das “bocas-de-fumo”, ao latrocínio para a angariação de valores para a obtenção de drogas - que na maioria dos casos não é necessariamente a maconha, mas drogas de maior potencialidade de dependência físico-química. Por outro lado, vemos que a taxa de letalidade por consumo de álcool é descomunal, principalmente quando se combina com funções do cotidiano, tais como a condução de veículos.

Diante deste quadro de complexidade, é salutar a discussão da sociedade e autoridades sobre o tema abordado, pois é um fato social pungente e que suscita uma discussão aprofundada sobre a utilização de substâncias alucinógenas lícitas e ilícitas e seus prejuízos ao usuário, ao meio ambiente e à sociedade como um todo.

Entendo que, enquanto este assunto for tratado com hipocrisia e preconceito, não haverá espaço para o real e consciente posicionamento do Estado brasileiro nesta questão. Há que se enfrentar o problema de forma contundente e racional, avaliando todos cenários e todas as conseqüências. Nossas autoridades devem atentar para a resolução desta questão criando oficialmente um mecanismo de discussão para o aprofundamento do debate. Nosso Estado, em sentido amplo (Executivo, Legislativo e Judiciário), não pode mais se abster de discutir no seio da sociedade este tema.
Nota do blogueiro: Sou asmático logo, não fumo. mas reflito sobre o tema, aliás, todos deveriamos refletir, pois está bem mais próximo de nós do que imaginamos!